sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cultura popular: quando a caça vira caçador

Provocar, provocar e provocar! Talvez esta seja a palavra de ordem do Teatro Popular. Esta provocação parte da não aceitação dos modelos opressores preestabelecidos e empurrados na forma da conduta ética e da moral que condicionam o indivíduo ao ostracismo e a castração de qualquer reflexão crítica contra a dominação e a exploração, instrumentos utilizados na justificativa da imposição política, cultural, ideológica e social. O Teatro Popular é uma das resistências contra estes modelos de dominação.

Mas a provocação do Teatro Popular é meramente subversiva? Sob a égide dos opressores, os provocadores são os baderneiros que tentam romper com o estado de direito (por eles criados), cujo direito é reservado para defender o interesse de uma classe opressora em detrimento de outra classe oprimida. Sob a égide dos oprimidos, os provocadores são os lutadores que buscam debater e equacionar as desigualdades provocadas pelo estado de direito (imposto a eles), cujo direito é tão somente obedecer coercitivamente às leis terrenas e, quando elas não conseguirem explicar determinadas injustiças, atribuí-las como vocação divina.

Somos condicionados a reproduzir padrões estabelecidos desde pequenos. A criança, na sua autenticidade e desprovidas da contaminação das concepções de estéticas (que aprisionam o indivíduo num conjunto de normas e estilos condicionantes), recebe uma carga de coerção delimitando e condicionando o seu comportamento aos padrões aceitos pelos “manuais de conduta”.

O primeiro contato que a criança tem com os instrumentos coercitivos, são os reproduzidos pelos pais que compreendem as suas vidas nos modelos ético-religiosos de aceitação dos valores da família.

A escola é outro instrumento de condicionamento para que o indivíduo compreenda o universo que o cerca. Os modelos pedagógicos implantados para as camadas populares são, principalmente o da aceitação da exploração. Os bancos escolares servem para a formação de indivíduos obedientes e polivalentes na aceitação dos padrões estabelecidos. A escola prepara estes indivíduos para obedecerem, servirem e, principalmente, aceitarem a condição de submissão aos interesses do estado de direito. E o que dizer da religião e da televisão?

Algumas frentes de resistência contra esta dominação imposta encontram-se nos modelos de educação e cultura libertárias e em alguns órgãos de imprensa alternativos. Na educação temos o exemplo enriquecedor implantado nas salas de aulas improvisadas nos assentamentos do MST. Dentro da cultura libertária, destaca-se a atuação de diversos grupos de Teatro Popular, como o Teatro Popular União e Olho Vivo que há mais de 40 anos empunha a bandeira da justiça social e diversos coletivos espalhados, não só pelo Brasil, mas por toda a América Latina.
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É a legitimação da cultura popular contra os desmandos da imposição de uma arte imperialista e cerceadora da liberdade de expressão.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Bem vindo

Este espaço foi criado para a postagem de textos curtos e transitará pelas vias das crônicas, esquetes de teatro, poesias, ensaios e qualquer loucura divertida. Vamos compartilhar as maluquices do nosso mundo?